melhor se preocupar, querida #13
Olá, newsletters
Estar presente em certos momentos importantes do dia parece cada vez mais difícil. Para mim, costumo fazer certas refeições – todas – olhando o celular. Momentos ociosos em uma sala de espera são uma ótima desculpa para eu olhar as redes sociais e esquecer que estou ali. Se distrair virou algo descomplicado.
A vida tecnológica de hoje tirou de mim um pouco do que realmente significa estar presente e nesses últimos meses, passei a tentar corrigir isso prestando mais atenção nas ruas enquanto dirijo, me perguntando o motivo de certas coisas serem do jeito que são e tentando tirar o máximo de cada livro, filme ou música que eu consumia. A experiência segue sendo interessante, mesmo que seja ruim.
E quando falo de ruins, eu quero dizer: Harry Styles atuando em Don’t Worry, Darling (Olivia Wilde, 2022). Muito menos do que a fofoca dos bastidores, o filme é arrastado, previsível e nada original. Para não dizer só coisas ruins, eu admito que eu não o achei tão ruim assim. Me senti tenso em algumas cenas, curioso em outras e até curti a reviravolta dele, apesar de previsível.
Florence Pugh é a melhor parte do filme, mas até hoje não consigo parar de pensar sobre como ele é esquisito em um sentido ruim. Isso acontece por ele ter sido mal editado, com muitas cenas relevantes sendo cortadas sem motivo algum, como diz uma atriz do filme. Querem ver um filme que se parece de verdade com um filme? Stepford Wives (Bryan Forbes, 1975) tem a mesma premissa e é muito mais legal.
Eu achei a fofoca dos bastidores desse filme bem chata, para falar a verdade. Mas morri de rir quando li nessa semana que o ex-marido da Olivia Wilde se jogou na frente do carro dela para impedir ela de entregar uma salada para o Harry Styles. Você pode achar a receita dessa salada aqui.
Falando agora sobre as experiências boas, eu assisti Sissy (Hannah Barlow, 2022) semana passada e achei essa sátira da geração Z muito mais legal que qualquer outro filme que tentou fazer o mesmo nesse ano. A protagonista é uma blogueira de saúde mental que é convidada para uma festa de aniversário de sua ex-melhor amiga em um lugar distante. Mas tudo dá errado. E é só isso que vocês precisam saber sobre ele para se surpreenderem tanto quanto eu. O final é incrível!
Obsessão atual
Estou completamente obcecado por caprisongs (fka twigs, 2022). Ele demorou para me conquistar, mas as músicas são tão contagiantes, emocionais e melancólicas que eu não consigo viver sem minha dose diária desse álbum. Eu só sinto vontade de viver nesse disco e nas melhores músicas: oh my love, pamplemousse, lightbeamers, papi bones e jealousy.
Eu estou envolvido 100% por ele justamente por ela cantar tão bem sobre aproveitar a juventude intensamente e se amar, sempre com letras sensíveis que me confortam. Eu sou apaixonado por esse álbum.
Leitura atual
Out of Love (Hazel Hayes, 2022) apareceu na minha vida de um jeito meio tímido e fiquei feliz por ter encontrado ele por acaso, porque a narrativa fala justamente sobre o fim de um relacionamento contado do término até o momento que o casal se conhece. É uma história de amor ao contrário, basicamente.
A escrita dele não é nada uau mas gosto como a autora consegue passar as emoções dos personagens tão bem, algo do estilo da Sally Rooney.
E para finalizar...
Quero agradecer a todos que me acompanham e leram até aqui! Vocês são tão especiais para mim que agora você pode ser um convidado nas próximas newsletters para indicar algo legal. O de hoje é o do querido Johnn Henrique!
“Minha recomendação pra newsletter de hoje é o podcast ‘Esqueletos no Armário’ (ou @esqueletosgays nas redes sociais)! Eu passei as últimas semanas viciado e, basicamente, é um programa semanal onde comentam sobre filmes de terror de uma forma bem engraçada, e eles falam bastante do ponto de vista LGBTQIA+.
Foi por lá que eu fiquei sabendo do filme Sissy (2022), que também recomendo fortemente! Ele segue muito a linha de Bodies Bodies Bodies, sendo uma “sátira” da geração atual, mas digo que me surpreendeu beeeem mais com o plot twist.”