metas para 2024 em andamento #25
se eu perdi o timing para falar das minhas metas de 2024, não me avisem
olá, amigos
no final de 2023, mais especificamente na última semana, eu tive muitas experiências que me fizeram repensar completamente a minha vida e se eu realmente estava no controle da minha rotina e das minhas emoções. não precisei pensar muito para chegar na conclusão que não, eu não estava no controle de absolutamente nada.
apesar de ter conseguido alcançar objetivos importantes em 2023, a sensação que ficou no final do ano é que eu deixei a vida me atravessar e eu só fui seguindo a onda. esse susto me fez querer viver tudo que eu precisava viver nos últimos dias do ano para eu sentir que algo valeu a pena.
se deu certo? não mesmo. mas pude tirar algumas coisas bem importantes disso.
para começar, eu decidi que em 2024 eu não vou mais me preocupar se eu estou sendo esquisito, falante demais ou muito empolgado quando eu sair com meus amigos ou familiares ou quando eu decidir me expressar na internet. toda vez quando eu saía de casa nos últimos anos, eu pensava “rodrigo, por favor, não seja esquisito, não fale nada de absurdo, se acalme e não fale muito alto”. era como se existisse dentro de mim uma criança mega hiperativa maluca de açúcar o tempo inteiro que eu precisava controlar.
geralmente, essa criança se sobressaía e eu acabava me tornando essa pessoa que eu falava para mim mesmo para não ser. eu simplesmente esquecia que eu não deveria agir de tal forma. eu não sei bem quando isso começou ou quando eu percebi que eu fazia isso comigo mesmo, mas esse tipo de pensamento foi de uma boa ideia para uma forma de me sufocar e me deixar mal.
quando eu me soltava perto das pessoas, eu voltava para casa e me sentia péssimo. era como se além de eu ter quebrado esse compromisso comigo, eu tivesse assustado todo mundo, mesmo sem comprovação nenhuma que tenham se sentido isso comigo.
bastou que a última semana do ano chegasse para eu perceber que isso estava começando a me afetar mais do que eu gostaria e que talvez seja melhor não reprimir mais essas emoções, por que já que eu estava reprimindo esse lado que eu considerava “estranho”, eu não estaria aprendendo a lidar com ele, ou ao menos ver se esse lado é realmente estranho mesmo.
então estabeleci a primeira meta do ano: deixar a criança maluca de açúcar dentro de mim aproveitar o ano e ver se ela é estranha mesmo ou só tem fobia social.
e para eu garantir que essa criança maluca descubra o que ela é, ela precisa realmente sair e existir. para isso, tomei a decisão de mudar radicalmente nesse ano a forma como eu lido com as minhas redes sociais (instagram, twitter, tiktok, pinterest, reddit e a lista continua…).
eu finalmente passei a enxergar meu uso nas redes sociais como um vício patológico nessas semanas e acredito que esse foi o primeiro passo de um processo de cura. eu uso a internet todos os dias desde 2011, quando ganhei um smartphone do tamanho de uma pedra e desde então, minha vida foi de saber todas as referências virtuais a viver épocas emblemáticas da internet (vine, não acredito que você vai completar dez anos nesse ano).
mas acho que ter vivido a adolescência e começo da vida adulta na internet me causou problemas que eu só fui perceber agora, quando meu cérebro chegou na última atualização e o córtex de não sei onde ficou completo. acho que eu vivi todas as experiências singulares que apenas um cronicamente online poderia viver, dentre elas:
sofrer cyberbullying: aconteceu comigo quando gay era xingamento;
viralizar: recebi muita atenção quando eu mostrei para o Brasil que uma cadela chamada Pituka Bolsonaro existia. Ou quando falei que dá para flertar por três anos com uma pessoa e nunca encostar nela;
ser respondido por uma pessoa famosa: Taissa Farmiga me respondeu lá em 2011 mas é melhor ninguém saber o que ela disse;
fazer uma amizade virtual: Assim como muitas histórias de amizades virtuais, uma muito especial que eu tive em 2014 sumiu logo depois que disse que ia se matar. (Ele está vivo).
acompanhar momentos absurdos da vida real pelo twitter: Eu realmente não consegui dormir acompanhando a situação da Marina Joyce.
eu queria ter vivido mais algumas (ser bloqueado pela Pabllo Vittar) antes de dar adeus à internet, mas acho que mais de dez anos na internet me fizeram pensar que está na hora de viver experiências reais.
essa vontade de sair da internet veio após eu perceber que eu não conseguia mais gerir minha vida e meu tempo fazendo com que muitas vezes eu me atrapalhase quando marcava algo com os meus amigos, quando ia assistir algum filme, quando precisava estudar ou focar em algo importante e por aí vai
eu só sei que vai ser muito difícil mudar esse hábito. em 2022 eu tentei fazer a mesma coisa mas aparentemente foi só uma pausa por que eu tive uma recaída e voltei a usar de uma forma mais agressiva ainda. falando assim, parece que sou viciado em droga ilícita, mas se parar para pensar, talvez sejam coisas bem parecidas.
para finalizar, uma meta que eu tenho nesse ano é a de registrar todos os momentos bons que eu tiver, seja por fotos ou anotando em um caderno. chega de viver o momento e não gravar vídeos de um show, de um aniversário. eu vivi tanta coisa boa ano passado e simplesmente não lembro por que eu não tirei foto de nada por pensar que assim eu aproveitaria o momento longe do meu celular.
eu não tenho dúvidas que eu aproveitei tudo, mas deixar algo daquele momento no futuro também parece ser uma forma de aproveitá-lo também.
muito obrigado para quem me acompanhou em 2023 e espero que permaneçam comigo nesse ano. :)