olá, amigos
ser perfeccionista sempre foi considerada uma “boa” característica ou algo que as pessoas gostariam de ser por entenderem ser um traço da personalidade que faz as coisas funcionarem muito bem. talvez elas estejam certas, mas toda vez quando alguém diz isso perto de mim, eu me pergunto por que o meu perfeccionismo não funciona desse jeito.
eu sempre tentava chegar antes de qualquer erro meu - se eu não conseguir fazer perfeitamente, melhor não fazer - ou pior, se eu decido fazer e consigo ir até o fim, mesmo com todos os esforços, não vou sentir que foi o suficiente por saber que eu poderia fazer melhor e por algum motivo, não fiz.
diversos projetos já foram engavetados, muitos livros já foram finalizados com aquela sensação que eu deveria ter absorvido mais dele e muitas refeições já foram feitas com o sentimento de “bom, se eu tivesse deixado mais um pouco no forno ficaria perfeito”. perfeito para quem, na verdade?
como eu sempre fui um pouco assim, só nos últimos três anos eu decidi ajeitar isso em mim. claro que eu ainda não estou nem perto de resolver essa questão, mas já estive bem mais longe. decidi me expor mais ao risco de errar, de ser gentil comigo mesmo quando acontecer e apostar muito mais no processo do que no resultado. no final das contas, focar em construir bem e com cuidado se tornou mais importante. para quem possui uma rotina de exercícios e de estudos, isso demonstrou ser essencial para eu não desistir ou deixar de fazer as coisas.
uma outra nuance do meu perfeccionismo era entender que se eu fizesse algo perfeito o suficiente, eu jamais seria criticado ou contestado. era uma ideia bem autoritária, mas eu interpretava como se eu tivesse feito algo mal feito e que se alguém apontasse alguma inconsistência, eu me sentiria mal e ansioso.
eu lembro que sentia muito isso numa época que eu tinha um instagram sobre minhas leituras. eu via aqueles textos e não sentia toda a profundidade que eu planejava transmitir e pensava “caramba, eu não fui profundo o suficiente, vão achar meus pensamentos rasos e superficiais”. na verdade, o instagram só não era o lugar para textos mais completos.
tudo que eu escrevia na internet também parecia estar aberto a discussões na minha cabeça ansiosa e isso me matava um pouco a cada dia. demorou para eu pensar que tudo precisa ser questionado, que tudo precisa ser um pouco inconsistente para funcionar um pouco, que nada é absoluto e que a profundidade pode morar aí.
depois que me saí da faculdade, a percepção de que não existe um roteiro certo para a vida me fez perceber que pouquíssimas coisas estão sob nosso controle e que acaba sendo muito necessário assumir uns riscos. o lado bom é que eu não me arrependo de nenhum projeto que eu coloquei em prática desde então.
um exemplo desses projetos? essa newsletter. <3
assistidos das últimas semanas
séries
semana passada eu devorei jury duty, disponível na amazon prime. em formato de documentário, a série vai mostrar os bastidores de um julgamento falso sob o ponto de vista de 12 jurados, sendo que 11 deles são atores que sabem que tudo ali é armado e uma pessoa comum - o fofíssimo ronald - que não tem ideia que o julgamento e as situações bizarras não são reais.
eu não sou uma pessoa que ri muito em comédias mas eu ri demais em alguns episódios e fiquei emocionado como a bondade e gentileza do ronald no decorrer da série fez ela ser mais especial e única.
filmes
outubro para mim é mês do horror desde 2018! todo ano eu tiro esse mês para só ver filmes de terror (como se eu não assistisse só isso nos outros meses) e nesse ano, comecei revendo Jogos Mortais 1.
aposto que muita gente deve achar que todos os filmes são brutais e agonizantes, mas a franquia começa com um filme 95% thriller policial e 5% tortura e gosto bastante dessa abordagem. eu não vi os outros 20 filmes da franquia, mas vi o último que saiu no cinema e apesar de ele ser mais violento e agonizante, eu me diverti muito assistindo as reviravoltas malucas.
obrigado por ler até aqui e até mais!